Centenas de pessoas reuniram-se no passado domingo perto da estação de Moimenta-Alcafache, na linha da Beira Alta para homenagear as vítimas do acidente ferroviário de 11 de setembro de 1985, considerado o mais grave da história ferroviária em Portugal.
A cerimónia decorreu junto à capelinha erguida em memória das vítimas, onde também se encontra a base de uma carruagem (Bogie), símbolo perene daquele dia que marcou a região e o país.
O momento incluiu uma eucaristia presidida pelo Bispo de Viseu, D. António Luciano, que destacou a importância de preservar a memória coletiva e de apoiar as famílias que perderam entes queridos.
Entre os presentes esteve o General Ramalho Eanes, Presidente da República à data do acidente, que fez questão de se associar à homenagem quatro décadas depois, reforçando a dimensão histórica e humana da tragédia.
O desastre envolveu o Sud-Expresso, que fazia a ligação Porto–Paris, e um comboio rápido proveniente de Lisboa com destino à Guarda. O choque frontal provocou dezenas de mortos e feridos, muitos em estado grave, permanecendo até hoje como o acidente ferroviário mais grave registado em território nacional.
Quarenta anos depois, familiares, sobreviventes, autoridades e comunidade local voltaram a reunir, num momento marcado pela emoção, pelo silêncio e pela oração.
A cerimónia reafirmou o compromisso de manter viva a memória das vítimas e de não deixar cair no esquecimento uma das páginas mais trágicas da história ferroviária portuguesa.